Por favor, COMPARTILHE! O mundo precisa saber dessa infâmia.
Preciso de ajuda para fazer justiça. Se você pode ajudar faça sua parte para
que a nossa passagem por essa vida não seja em vão. Não cruze os braços, deixe
sua marca nesse mundo cruel; expresse seu repúdio, fazendo circular essa
informação até que alguém nos ouça e tome providência.
Peço aos artistas como meu filho, aos políticos idôneos,
apresentadores de TV, às ONGS e todos os segmentos LGBT: MÃES PELA IGUALDADE da
qual faço parte, CELLOS, GUDDS, MGG, GRAPPA, CONEDH, ALL OUT, juristas e tantos
mais que se solidarizem com a nossa causa.
CRIME HEDIONDO
No dia 1º de março de 2002, a cidade de Montes Claros foi
surpreendida com a notícia do bárbaro assassinato do bailarino e ator IGOR
LEONARDO LACERDA XAVIER, cometido pelo assassino confesso RICARDO ATHAYDE
VASCONCELOS, tendo como comparsa seu filho DIEGO RODRIGUES ATHAYDE VASCONCELOS.
O
assassino encontrando Igor em um bar, o convidou para ir até seu apartamento,
com o pretexto de lhe emprestar material que o ajudaria na produção de seu
próximo espetáculo.
Lá com
a ajuda do próprio filho, torturou e matou o meu filho com cinco tiros.
O crime
aconteceu em um prédio de apartamentos no centro da cidade. Os moradores
ligaram com insistência para a polícia. Mas esta não se fez presente.
Os
criminosos arrastaram o corpo do meu filho por três andares escada abaixo,
maltratando terrivelmente o seu corpo; colocaram o mesmo na carroceria do carro
de um parente chamado para ajudar no ato criminoso, lavaram o sangue do
apartamento e das escadas, lançaram o corpo em uma estrada vicinal, desmontaram
e jogaram fora as armas e fugiram para Belo Horizonte.
Não sei
quanto tempo levaram para fazer tudo isso; mas a polícia só apareceu de manhã
quando os bandidos já estavam em segurança a caminho da capital do estado.
Foi
pedida a prisão preventiva dos assassinos. Eles fugiram e pediram Habeas Corpus
que foi negado no TJ MG e concedido no STJ, supostamente por meios fraudulentos,
pois todos sabem do poderio econômico e político dos assassinos, que escorados
na impunidade, desafiam a nossa família e a sociedade, andando livremente pelas
ruas.
“Desde
2002 a família, amigos e a classe cultural montesclarense vêm lutando
ininterruptamente por justiça, respeito aos direitos humanos e diferenças,
colocando o caso IGOR XAVIER como uma bandeira de reflexão e luta permanente
por direitos iguais, não só em Montes Claros e no Norte de Minas, mas também em
todos os lugares em que o ser humano vem sendo ultrajado.
Entretanto,
os assassinos alicerçados na tradição familiar e no poder do dinheiro, ainda
hoje se encontram em liberdade, pelo fato de seus advogados estarem impetrando
recursos seguidamente mesmo perdendo todos.”
Sendo um
crime hediondo, onde os bandidos demonstraram premeditação, frieza e crueldade
e que por respeito à justiça já era para estarem na cadeia, o caso se arrasta,
pois a todo momento a defesa aproveita as brechas nas leis brasileiras para
requerer embargos, recursos especiais, extraordinários entre outras invenções
jurídicas protelando o julgamento.
Finalmente
o júri foi marcado para o dia 27/06/2007. Com todo o aparato e prontas todas as
demandas que envolvem um julgamento, o mesmo foi cancelado no dia 25/06/2007
dois dias antes de acontecer; trazendo com isso, mais angustia e decepção com
os poderes públicos.
Nova
esperança se vislumbra em 2011. O júri foi marcado para o dia 07/06/2011. O
juiz responsável pela vara, Dr. Antonio de Souza Rosa, retira o processo da
pauta alegando que as minhas lamúrias e declarações do meu repúdio contra a
demora, iriam interferir na decisão do júri.
Começa
para a família e a comunidade uma espera angustiante por pronunciamento do tal
juiz marcando uma nova data para o júri; até que em 25/08/2011, o processo é
suspenso. O tiro de misericórdia veio em 14/10/2011 quando acontece o
desaforamento do caso para Belo Horizonte, dificultando ainda mais o nosso
acesso a informações, já que, por absoluta falta de condições financeiras, não
temos advogado constituído.
O jogo
macabro novamente se inicia em 2012. Nova data para julgamento é marcada para o
dia 29/11/2012. O pingue-pongue justiça X bandidos continua e o júri é
desmarcado; e como das outras vezes o motivo permanece em segredo. No dia
05/09/2012 é designada nova data, agora para 27/08/2013.
Enquanto isso assassino pai e assassino filho vão adquirindo
cada vez mais vantagens; e a justiça cada vez mais cega agora dorme
placidamente em berço esplêndido.
Infelizmente
o Código Penal Brasileiro, caduco e ultrapassado, permite todos esses abusos,
facilitando que criminosos continuem em liberdade enquanto o processo fica
parado e mofando nas prateleiras dos órgãos responsáveis até cair no
esquecimento e talvez nem haver julgamento. É o império da impunidade.
IGOR
XAVIER, profissional da arte, batalhador incansável pelo avanço da cultura em
sua cidade natal – Montes Claros. Bailarino, coreógrafo, produtor e diretor de
espetáculos. Impressionava a todos pela retidão de caráter, humildade e
responsabilidade.
Motivo
do crime: Homofobia.
Eu sou
a mãe de Igor Xavier e não me conformo. Em março deste ano de 2012, se
completaram dez anos em que não sinto o abraço do meu filho, não vejo o brilho
dos seus olhos e o som da sua risada cristalina nunca mais chegou aos meus
ouvidos.
Há
muito nossa família convive com a dor, a saudade e a decepção com a justiça,
enquanto os assassinos desfilam de cabeça erguida apostando na impunidade. Seus
advogados afogados em rios de dinheiro providenciam para que não aconteça
julgamento.
Apelo
ao PODERES CONSTITUIDOS que façam com que a lei seja cumprida e esse julgamento
aconteça o mais rápido possível. É preciso que façamos alguma coisa que mostre
ao mundo nosso repúdio contra a covardia, a violência e o desrespeito aos
Direitos Humanos. Enquanto isso não acontece, e enquanto me restar um sopro de
vida, lutarei para que a justiça seja feita. É preciso não se curvar diante da
injustiça.
O estado brasileiro
está em dívida com seus filhos; e eu me envergonho disso.
Marlene Xavier
Trecho da Sentença de Pronúncia dos réus no caso Igor
Xavier; onde fica provada toda a covardia praticada contra o meu filho sem
nenhuma chance de defesa da parte dele e que lhe tirou a vida.